Comecemos por algum contexto do porquê de Malaca (ou Melaka em Malaio) ter sido tão cobiçada na Época da Exploração Marítima.
Malaca era uma cidade estratégica pela sua localização privilegiada no Estreito de Malaca, que permitia o acesso a uma rota direta entre a Índia e a China, e por isso os mercadores da China, da Arábia, da Índia e da Europa, eram comerciantes regulares que passavam pelo porto.
Em 1511 a cidade foi conquistada pelo comandante português Afonso de Albuquerque, o que permitiu que Portugal controlasse o comércio das rotas marítimas entre a Europa e o sudeste asiático na altura.
Em 1641 a cidade foi conquistada pelos Holandeses, e em 1795 capturada pelos Ingleses, mas ainda hoje restam as ruínas do que foi a construção portuguesa na época.
Em 2008 o centro de Malaca foi designado Património Mundial da UNESCO pela sua rica herança cultural e arquitetónica, onde é possível ver a fusão de várias influências como a malaia, chinesa, indiana ou europeia.
Opções de coisas para ver e fazer não faltam, e todos os lugares aqui mencionados são facilmente visitados a pé do centro histórico de Malaca.
Eu gostei muito de Malaca, de andar pelas ruas e ver os murais em cada canto, os cafezinhos, as fachadas coloridas das casas, num ambiente que se parecia ao de uma aldeia onde se pode ir a pé a todo o lado. Gostei mais de Malaca à segunda-feira, num ambiente mais tranquilo e com menos turistas comparativamente ao dia anterior.
Aqui vão então algumas sugestões das principais atrações em Malaca:
A´Famosa
A fortaleza A´Famosa foi mandada construir em 1512 por Afonso de Albuquerque, com o objetivo de defender a cidade contra os ataques dos seus adversários. Quando os Holandeses capturaram a cidade em 1641, a fortaleza foi renovada e gravada com o brasão de armas da Companhia das Índias Orientais Holandesa. Em 1795 durante o domínio inglês da cidade de Malaca, a fortaleza foi praticamente destruída, tendo só sido poupado um dos seus portões, a Porta de Santiago.
Subindo uns quantos degraus ingremes junto à Porta de Santiago, chega-se às ruínas do que já foi a igreja de São Paulo, com vistas sobre a cidade e para estreito de Malaca.
Junto a estas ruínas encontram-se bancas com souvenirs, e artistas de rua com direito a música ao vivo e tudo.
Dutch Square (Praça Holandesa)
Também conhecida como a Red Square (Praça Vermelha) como é fácil perceber pela foto em baixo.
Fica no coração de Malaca, e aqui podem ser vistos dois principais edifícios, a Christ Church (Igreja de Cristo) e a Stadthuys (Casa do Governador), que são exemplos da arquitetura colonial holandesa.
A Christ Church ainda está em uso, e a Stadthuys abriga hoje o Museu de História e Etnografia, exibindo artefactos e exposições relacionadas à história de Malaca.
Melaka River Cruise
O passeio pelo rio Malaca vale muito a pena. Nós fizemos durante o dia e deu para ver as dezenas de murais espalhados pela margem do rio, mas durante a noite também deve ser giro pelo contraste com as luzes da cidade.
Mais informações sobre o passeio pelo rio aqui.
Se olharem para o rio com atenção vão encontrar de certeza uns quantos varanos a nadar como este aqui em baixo!
Baba Nyonya Heritage Museum
Com pena minha não fomos lá no dia da nossa chegada (domingo), e depois apercebi-me que estava fechado às segundas, por isso já não consegui visitar este museu.
A casa que abriga hoje o museu foi habitada por quatro gerações da mesma família, que em 1985 a abriu como casa-museu com o objetivo de preservar a história da cultura Peranakan.
Mais detalhes sobre este museu aqui.
Melaka Sultanate Palace Museum Museum
O museu do Palácio do Sultanato de Malaca é uma reconstrução do palácio do século XV, que foi originalmente mandado construir durante a governação do Sultão Mansur Shah.
É interessante para aprender mais sobre a realeza malaia, sobre a história da cidade de Malaca, e principalmente para compreender as dinâmicas das trocas comerciais que ligaram Malaca às diferentes partes do globo, incluindo a China, Médio Oriente, e Europa. Estas trocas moldaram a história deste período.
Fica junto à fortaleza A´Famosa e consegue-se ver numa visita rápida se passarem os jardins do palácio.
Trishaw ride
Eu teria inicialmente dispensado este passeio de Trishaw, ou, bicicleta de três rodas, mas a Maria Rita insistiu muito para irmos (porque claro que já estava muito cansada), e nós fizemos-lhe a vontade.
Acabámos por não nos afastar muito do centro (diferentemente do que eu tinha pensado que estava acordado com o motorista), mas com o calor que estava era difícil pedir para ele pedalar mais!
Uma das paragens deste passeio foi o Hotel Puri (ver também o post Hotel em Malaca/Melaka), e que valeu muito a pena porque de outra forma eu não me lembraria de lá entrar.
Outra das paragens que fizemos foi na chamada Harmony Street (rua da harmonia) onde três lugares de oração de diferentes religiões vivem lado a lado na mesma rua: o templo budista Cheng Hoon Teng Temple, o templo hindu Sri Poyyatha Vinayaga Moorthy Temple e a mesquita muçulmana Kampung Kling Mosque.
Ainda fizemos umas outras paragens, por isso no final até acho que valeu a pena!
(ficou a faltar o templo hindu na foto para a rua da harmonia ficar completa)
Jonker Street Night Market
O night market acontece de sexta a domingo, das 6 da tarde até à meia-noite, sendo que o mercado de domingo é mais pequeno do que o dos restantes dias.
Aqui podem encontrar muitas e variadas bancas de comida (ver também o post Onde comer em Malaca), e muitas outras bancas de souvenirs, roupa, brinquedos, joalharia, acessórios etc. Ofertas não faltam para todos os gostos e mais algum.
Portuguese Settlement
Ainda hoje vivem em Malaca os descendentes dos portugueses que se estabeleceram na Malásia no século XVI, numa área conhecida como Portuguese Settlement (Assentamento Português).
Esta localidade fica a uns 15minutos de carro do centro de Malaca, e aqui podem encontrar muitos restaurantes que servem pratos de peixe e marisco. Como não visitámos não posso realmente dizer se vale a pena a viagem.