Como referido no post O que fazer em Siem Reap, a visita à aldeia flutuante de Kompong Khleang foi mais um tour privado com guia que foi organizado pelo hotel.
A aldeia flutuante de Kompong Khleang, situada na margem do lago Tonle Sap, fica a cerca de uma hora de carro de Siem Reap. Já em Kompong Khleang, a estrada que nos levou até ao ponto de embarque para o passeio de barco costuma estar submersa durante a época das chuvas, que atinge o seu pico em outubro. No entanto, durante a nossa viagem, em julho, a estrada estava também a ser usada como mercado, e era possível ver pessoas a vender de tudo, desde brinquedos a comida, incluindo o peixe apanhado no lago. Também se viam pessoas a fumarem o peixe para consumo próprio ou para venda. Os peixes apanhados no lago, para além de fumados, são também habitualmente fermentados em frascos de conserva, o que permite ter alimento durante todo o ano, mesmo na época seca, quando o lago fica consideravelmente menor.
O lago Tonle Sap, o maior do Camboja, é a principal fonte de receita e comida para as populações das aldeias flutuantes, sendo que à semelhança do que acontece um pouco por todo o mundo, a quantidade de peixe no lago tem diminuído, tornando a vida destas populações ainda mais difícil.
No nosso passeio de barco cujo capitão não tinha mais de 16 anos, passámos por casas flutuantes, armadilhas para peixes, escolas, e templos budistas. O barco é o único meio de transporte ali, e é preciso abrandar sempre que vem outro barco no sentido oposto, caso contrário lá vem molha.
Antes da viagem, eu tinha lido que existem outras aldeias flutuantes mais próximas de Siem Reap onde se vê alguns esquemas em que os turistas são levados a comprar material escolar para as crianças, e que na verdade voltam depois para as lojas porque é tudo uma farsa. Em Kompong Khleang não me pareceu existir nada disso, e realmente tivemos a oportunidade de conhecer a vida das populações locais tal como ela é, sem qualquer artifício turístico, tendo em conta claro que há alguns barcos a fazerem os passeios para turistas como nós, o que também acaba por ser uma fonte de rendimento para as famílias.
Visitar um lugar como este é um choque de realidades, especialmente se compararmos com a vida privilegiada que temos ao crescer num país sem guerra, e com todas as condições básicas de higiene e segurança.
Vale muito a pena esta visita, onde pudemos conhecer um pouco mais da história e da vida atual do povo do Camboja.
Para mais informação sobre o período sangrento e trágico da história do Camboja durante o domínio dos Khmer Rouge (1975-1979) consultar aqui. Esta página é do Documentation Centre of Cambodia (DC-Cam) que se dedica a investigar e documentar os crimes e as atrocidades praticadas durante o regime Khmer Rouge.
No regresso a Siem Reap, parámos em uma das dezenas de barraquinhas à beira da estrada que vendiam o famoso Bolo de bambu (Bamboo cake). Este bolo de bambu nada mais é do que um arroz-doce glutinoso com alguns feijões pretos, que é depois cozinhado dentro de paus de bambu numa fogueira, nada mau!
Descobre outros tours à aldeia flutuante de Kompong Khleang em Get Your Guide.
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